Quantas vezes escutamos clichés como “nada é impossível” ou “nunca desista de seus sonhos”? Eles tornam-se ainda mais comuns nas mensagens de fim ano, quando estamos nos preparando para entrar num novo ciclo, com energia renovada. Esse tipo de retórica motivacional vem com frequência de celebridades e outras pessoas extremamente bem sucedidas – aqueles que fazem parte da minoria para a qual certos sonhos, efetivamente, tornaram-se realidade.
No entanto, muitas pessoas levam essas afirmativas de forma excessivamente literal, com efeitos nem sempre desejáveis. A vida não é tão simples: nem vontade, nem esforço e nem mesmo mérito ou talento necessariamente garantem o sucesso. Para cada Neymar, Leonardo Di Caprio ou Mark Zuckerberg, existem milhares de pessoas igualmente sonhadoras e determinadas, que por um motivo ou outro não chegaram à seleção brasileira, a conseguir um contrato em Hollywood, ou levar sua visão a 1 bilhão de pessoas no mundo.
Seria justo, ou desejável, virar-se para um jovem que sonha em tornar-se um grande jogador de futebol, mas que visivelmente não tem talento para tal, e dizer que deve perseguir seu sonho a qualquer custo? Ou para uma modelo de beleza convencional, que deve seguir seu objetivo de ser a nova Gisele Bündchen, que nada é impossível? A felicidade é em parte fruto da diferença entre nossas expectativas e realizações. Apoiarmo-nos em demasia sobre metas inatingíveis é algo que, mais cedo ou mais tarde, tende a gerar ansiedade e frustração.
Ao mesmo tempo, isso não quer dizer que devamos nos acomodar ou nivelar nossas ambições por baixo. Pelo contrário, é importante termos metas ambiciosas e persegui-las com paixão e determinação. Mas é igualmente importante sermos realistas e sabermos até onde vale a pena seguir um caminho e quando devemos nos repensar, reinventar, buscar novos rumos.
Uma boa analogia é o caso do empreendedorismo. Os melhores empreendedores são aqueles que têm a capacidade de se adaptar às circunstâncias, mudar suas prioridades conforme alterações de cenário, aprendizado e amadurecimento interno. Aperfeiçoam constantemente suas iniciativas e sabem a hora de fechar uma porta e abrir outra.
Quando Steve Jobs ou Richard Branson dizem que temos que perseguir nossos sonhos, não se referem a um sonho monotemático, a uma busca cega e teimosa por um objetivo específico e imutável. Se suas vidas servem de exemplo, é óbvio que seus sucessos vêm da capacidade de arriscar, falhar, aprender, adaptar, redirecionar, e seguir um novo caminho. O mesmo princípio pode ser aplicado a outros aspectos da vida.
Nossa mensagem é: Não se apeguem a um único sonho apenas. Tenham metas ambiciosas, mas pés-no-chão, e estejam sempre abertos a arriscar, errar, se reinventar, e escolher novos caminhos e objetivos.
Muito bom, André.
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ÓTIMO!!! Até parece texto de um competente psicólogo!
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Isso mesmo 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Espero ver mais posts em 2018!
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